Há duas semanas a escola falava em nos levar até a Universidade Federal do Rio de Janeiro para um dia de “conhecendo a “UFRJ” . Eu tinha a certeza de que seria um dia perdido afinal tantas escolas ,alunos, palestras, salas e concorrentes para 5 ou 6 horas de evento, obviamente não iriam ajudar ninguém a se decidir sobre o futuro profissional .
Para provar isso, os colégios considerados melhores e concorrentes mais diretos do meu, não estavam lá , Deviam estar estudando e rindo da nossa cara por estar perdendo um dia de estudo se desgastando por algo inútil enquanto eles estão se sufocando nas páginas dos livros .
Passamos o dia lá. Depois de assistir à diversas palestras das quais viajava nos meus desenhos, estava quase certa de que não deveria mexer na minha decisão de fazer direito .
Minha mente vagava e certamente não estava ali . A única coisa que conseguia pensar era no que seria de mim ... o dia passou, comi o que não devia, suei horrores e eu me sentia suja, mal-cheirosa por mais que minhas amigas afirmassem ser “neurose” minha . O que fedia não era eu ... era o ambiente . Os banheiros caiam aos pedaços, espelhos, papéis higienicos e portas , para que né ?
e isso me convencia cada vez mais de que eu não deveria querer passar para aquela faculdade,apesar de seu pesado nome .
De fato eu, uma patricinha cheia de frescuras não me sentiria bem no meio de tantos outros adolescentes das mais diversas escolas e classes .
Ao final do dia,eu estava ACABADA . Já tinha trocado de roupa à essas alturas . Finalmente chegou a hora da ultima, a mais esperada e a que realmente me importava : a palestra de direito .
Estava LOTADA, o que me amedrontou ainda mais . Continuei viajando nos meus desenhos e não conseguia me concentrar em nada além do jeito de falar daquele homem ( o que me fazia imita-lo automaticamente,involuntáriamente e rir sozinha da minha própria palhaçada, já que meus amigos estavam entretidos na palestra ou em assuntos outros, não pertinentes ao tema ) de terno que parecia ser homossexual – não que eu tenha preconceito – muito pelo contrário, eu ADORO eles . Mas preciso admitir que me desconcentrou um pouco. Fato este que não me impediu de absorver algumas coisas que ele falava . Tudo que ele falou eu já sabia, não me acrescentou muito . Na verdade esse dia desgastante não adiantou de nada .Continuo decidida a fazer direito. Abandonei a possibilidade de fazer veterinária por paixão à biologia .Me prenderei a ela de outra maneira .