domingo, 19 de julho de 2009

Eu quero...


Quero ver o sol nascer na praia, depois de uma noite que começou às 21h. Quero ir de uma festa para a outra e depois outra e outra e no final acabar deitada na areia ao lado de alguém que amo e lá passar a noite, fazendo amor sob as estrelas, com a lua de platéia. Quero dançar sem me preocupar com quem está em volta, quero viajar pelo mundo à fora, conhecendo culturas, raças e crenças, quero amar e ser amada, beijar e ser beijada, me entregar à alguém que amo e que me quer bem, que me faça feliz. Quero dormir ouvindo ele cantar pra mim e acordar com ele me beijando dentro de um quartinho pequeno, com uma lareira e uma cama macia que nos tenha acolhido a noite toda. Quero pular, gritar, beijar, rir, sem me preocupar. Quero sair e só voltar no dia seguinte. Quero voltar de ambulância, alcoolizada uma vez na vida. Quero provar de todas as bebidas e todo tipo de beijo. Quero comer muito, malhar, lutar, bater, apanhar. Quero conhecer muitas pessoas e ter mais de trezentos contatos na minha agenda telefônica e que não passe um dia sem que pelomenos vinte deles me liguem simplesmente para saber como estou. Quero pular de uma altura bem grande, voar de asa-delta vendo a praia de Copacabana lá do alto. Quero chegar até o topo do cristo escalando e de lá, abrir os braços e gritar a felicidade de ser livre. Quero uma cama elástica da qual eu passe parte do meu dia pulando, quero fazer um curso de fotografia, quero passar meses só tirando fotos. Tanto minhas como de outras pessoas. Quero ter um fotógrafo particular, que ande atrás de mim tirando fotos minhas ao longo do dia.

Quero sair de casa sem ter que avisar a ninguém, voltar depois de muitas horas e não ter quem me pergunte aonde eu estava, porque eu demorei, com quem eu estava e fazendo o que ...

Quero ter um papagaio que fale meu nome e me diga o dia todo o quanto sou bonita. Quero morar numa casa rodeada de espelhos e ter um controle que faça a minha cortina descer e uma maquina de fazer pipocas que fabrique a mais gostosa do mundo. Quero um sofá massageador e um medidor de humor para que quando eu estiver mal, o sofá conversasse comigo.

Quero comer gelo de maquina o dia todo, apropósito, quero também uma maquina de gelo. Quero uma estante com mais de mil DVD's e para cada um deles, uma presença masculina diferente da anterior. Quero fazer tudo o que eu tiver vontade e não dar satisfação para ninguém. Não quero ouvir boatos, muito menos com relação à mim. Quero poder viver sem me preocupar com a opinião das pessoas. Quero sair de casa de pijama, ir ao mercado...

Quero uma sociedade civilizada, igualitária, honesta, descente, sem preconceito de raça, cor, origem, etnia, religião, time de futebol, profissão, etc. Quero provar para todo mundo que negros também são pessoas, que empregadas tem coração, prostitutas apesar de tudo são seres humanos como todos nós, o flanelinha do estacionamento tem rim, pâncreas, fígado, laringe, faringe, como todos nós. Somos iguais, essa é a lei de Deus. O que separa o homem é o pensamento, a rivalidade, a superioridade, a vontade de ser sempre melhor. Quero ser rica para fazer doações em grandes quantias a crianças necessitadas. Quero poder freqüentar asilos e orfanatos – todos os dias, sem falta. Quero ter uma filha chamada Lua, outra chamada Anna, ou que seja apenas uma e se chame Anna Lunna. Quero ter um cachorro chamdo Chris.

Quero fazer as pessoas sorrirem, chorarem de alegria, pularem de felicidade... Quero alfabetizar crianças e aumentar a amplitude do seu futuro. Quero ser presidente do Brasil, proibir terminantemente o aborto, criando orfanatos em que as mulheres que não tiverem a menor condição de criar o filho, deixem- o lá, provando isso. Quero proibir a aprovação automática, melhorar o ensino nas redes publicas, ampliar as possibilidades de crescimento de alguém pertencente a estas. Quero acabar com a violência, quero paz, quero torturar quem matar injustamente, quero conscientizar policiais e ensiná-los quando e onde usar as armas e se estiverem com tanta vontade de atirar, que mirem em suas próprias cabeças.

Eu quero mais ...

Quero ser advogada, defender casos importantes, ganhar milhões e passar as férias em Las Vegas ao lado de duas amigas e do Ashton Kutcher.

Quero ser atriz, fazer muitas peças de teatro pelo Brasil à fora e depois novelas, filmes. Quero namorar um homem famoso, lindo. Quero conhecer os integrantes das minhas bandas favoritas, quero alguém que se importe comigo, que leia meus textos sempre, que veja todas as minhas fotos e fale comigo sobre o que achou de cada uma. Quero um homem que repare em mim, lembre-se do que eu digo, abaixe a tampa do vaso, me beije independente das minhas condições. Quero um marido que chegue do trabalho cansado, me veja suada, chegando da academia, beije a minha nuca, dê um apertozinho no meu bum bum e diga: “como tenho sorte de ter casado com uma mulher tão linda como você”.

Quero uma amiga que não se incomode de me ouvir, mesmo que esteja chato isso. Que vá para a minha casa quando eu estiver mal. Quero morar em frente à praia aqui no rio mesmo. Mas aos quarenta e tantos anos, quero viajar para o Ceará, morar em um lugar diferente a cada seis meses. Começando por Jericoacoara – de onde verei todo dia o sol se pôr. Depois Canoa Quebrada, Natal, Fortaleza, etc.

Quero me vestir de noiva, subir num altar e me casar com o homem que me fará feliz até a minha morte. Quero ter filhos e um homem que seja o meu melhor amigo, mas só depois que eu viver tudo que há pra viver. Não quero perder nenhum detalhe de nada.

Quero comer chocolate todo dia e ter um personal trainer que me leve cada dia para subir uma montanha diferente e lá de cima ver o pôr-do-sol. Quero passar um mês em Bora-Bora onde minha casa seja feita toda de vidro onde eu possa olhar para cima e ver a lua, que ao deitar na cama possa conversar, desabafar e bater altos papos com ela até pegarmos no sono juntas e no andar de baixo eu possa ver os peixes e acompanhar seu dia-a-dia. Se eu quiser ir para o mar, tenho um escorrega - que cabe a minha bunda - e ao mergulhar venham tartarugas e golfinhos para perto de mim. Quero levar pra lá um acompanhante. Masculino. Quero contratar um garoto de programa para ver como é.

Quero sorrir sem motivo e chorar sem querer ao entrar num barco e pilotá-lo numa velocidade fora do normal mas que não tenha nada em volta e eu não precise dirigir bem.

Quero ser magra, usar biquíni e desfilar com ele pela praia. Quero que a minha bunda fique dura quando eu deito de bruço na cama. Quero ter a coxa definida e os braços musculosos. Quero lutar num vale-tudo. Quero tirar fotos com pouca roupa, sem efeito. Quero fazer um ensaio sensual e guardar as fotos para mim, só mostrar para quem merece, quem me convém. Quero me fantasiar de tudo que se possa imaginar e realizar todos os desejos de quem gosto de verdade. Quero alguém que também realize as minhas fantasias. Quero um homem sem frescuras e/ou nojos. Quero ser livre como um pássaro e cantar a alegria de ser livre e poder voar para onde for, com quem for.

Enclausurada .


É do nada que vem essa estranha sensação de que algo está errado. Incompleto, na verdade. Parece que falta alguma coisa e por mais que eu seja sempre eu, dando tudo de mim pra dar certo, sinto que algo está sendo deixado para trás.

Como sempre dizem, tenho dentro de mim várias personalidades, diversas maneiras de ser, agir, viver...

Hoje estou sorrindo, amanhã posso estar chorando e ao mesmo tempo rindo. Depois de amanhã, posso estar com muita raiva e logo depois começar a chorar concomitantemente à uma extrema crise de riso. Sou bipolar, dizem que todas as mulheres são.

Tento sempre agradar a todos, mas quando eu não gosto de alguém, só não me afasto se for importante para alguém de quem gosto muito.

Na verdade talvez eu saiba o que falta: Paz, liberdade, privacidade. Tenho sede, sede se viver, ser feliz, curtir, experimentar de tudo que nunca tive a oportunidade. Não adianta me prender hoje se um dia serei livre e farei tudo que eu nunca fiz. A única diferença é que será tudo de uma vez. No mesmo dia, ou um dia após o outro. Não importa como será. Quando for, ninguém irá me segurar.


Tenho sempre alguém atrás de mim, me dizendo o que devo fazer, com quem, como, quando e onde, o que é certo e o que é errado, tudo, tudo! Eu não sei se consigo suportar isso por muito tempo. Ela não aceita que já viveu, que agora é a minha vez, preciso caminhar sozinha. Ela pode ajudar, mas quem tem que saber o que é certo para a minha vida sou eu. Meu corpo não pertence a ela.

Será possível que serei ingênua o suficiente para fazer algo de que ela não concorda, dentro de casa?

O que está ficando para trás é a minha vida, minhas experiências. Se com ela não deu certo, comigo também não dará, por quê? Derrepente acontece diferente. Porque tenho que guiar minha vida baseada na dela?

Agora é a hora de ela me deixar ir sozinha. É como andar de bicicleta. Se sempre tiver alguém segurando-a nunca vamos aprender a ir sozinhos e na hora que tivermos de ir, não conseguiremos, porque estamos acostumados a ter sempre alguém nos segurando e protegendo de quedas. Será que não entendem que se não pararem de resolver tudo pra mim, não vou pensar duas vezes antes de entrar num problema? Não sou eu quem vai resolver mesmo. É inconsciente, involuntário... Acaba acostumando...

Não quero mais ser tratada assim, como um bebezinho que precisa dos pais para tudo. Do pai nem tanto, porque se eu morasse só com ele, eu concerteza seria mais livre e adulta. Ele me forçaria, inconscientemente à isso. É seu jeito.

Mas essa maneira de ela agir só faz eu querer cada dia mais me afastar dela e contar nos dedos os minutos para viver sozinha, resolvendo os meus próprios problemas, como um ser humano normal. Eu a amo, amo muito,mas ela não me deixa saída se não me afastar. Porque é tão difícil aceitar que crianças um dia crescem? porque ela não aproveita agora que "está livre" para dar mais atenção a vida dela? viver mais intensamente e curtir o que tiver vontade? Ao invés de fazer disso algo positivo, ela inverte o quadro e cria problemas onde não existem. Acaba me prejudicando, me afastando das pessoas. Afinal, não é todo mundo que gosta de estar com alguém que é cercado de problemas - criados por ela, diga-se de passagem.

Quero ser livre, viver a minha vida, criar uma história para ter o que contar um dia. Escolher meus parceiros, meus amigos, relacionamentos, em geral, ir par alugares escolhidos por mim, com pessoas das quais eu confie por conhecê-las e não porque meus pais as conhecem.

Não sei quanto mais aguentarei deixar minha vida passar. O pior é que eu a vejo passando e a cada oportunidade que eu perco me sinto ainda pior e isso vai me desestimulando a conquistar outras coisas. Me sinto uma inútil – sem capacidade de escolha.

Quero ver quando vou começar a caminhar sozinha. Tenho medo desse dia. Vou me cortar com os alfinetes que encontrarei no chão, afinal, serão os meus pés no chão, agora.

Focalizo você .


Sozinha, meu pensamento focaliza alguém. Deixo-o livre. E de repente, meu coração aperta. Mas não estou triste, pelo contrario, até deixo escapar um sorriso. Comer não me parece tão importante agora. Sinto-me alimentando por outra coisa. Acordo sempre com o mesmo pensamento e os mesmos me impulsionam a ter um grande dia. Quando eu te vejo sinto coisas estranhas mas boas! Quando eu falo com você minha cabeça pensa direito mas as minhas palavras saem embaralhadas quando resolvo falar de amor. Por que as minhas mãos estão suando? Por que meu coração está tão acelerado, meu rosto quente e vermelho? Sozinha, meu pensamento focaliza alguém... quando fecho os olhos vejo você, quando abro, não está. Por isso tenho medo de repousar minhas palpebras e quando eu resolver abri-las, não te ver mais diante de mim.

  • " Se eu abrir os olhos você jura não partir ? preciso de você aqui "