Esse final de semana foi diferente e ao mesmo tempo igual. Fora da rotina e ao mesmo tempo algo de costuma. Unido e afastado, feliz e triste, calmo e agitado, estressante, divertido, especial...
Todo ano é assim. Quinta à noite nos unimos, jantamos e apartir dali começa a reunião anual da família Haehling, Braune, Rumiantzeff, Ludewigs, Omunndsen, etc.
O ônibus é só nosso por onze seguidas horas de olhos abertos, frio, tédio, ansiedade e diversão.
As paradas para “descanso” /alimentação foram feitas duas vezes e em cada uma delas, comia-se bem, afinal, ninguém sabe a hora que pararíamos de novo.
Chegamos lá na sexta de manhã, da qual fui direto me trocar para cavalgar, algo que não faço desde a ultima reunião de família – 2007. Revi os "tios"- recreadores, que não vejo ha um bom tempo. Cresci ao lado deles, brincando de todo tipo de coisa. Tio Urso não estava lá, estou com saudades. Mas o tio paçoca, tio banana e tio gu estavam! FIRMES E FORTES. É bom rever pessoas que fizeram parte de uma infancia bem mais divertida para mim.Enfim...
Meu cavalo, que eu não sabia o nome, batizei de Ashton (nome de um ator americano maravilhoso, para caso perguntarem o que eu estava fazendo, eu ter o prazer de responder : Cavalgando no Ashton).
Fizemos um passeio que durou uma hora e pouco, fomos até a fazenda São Bento – posse da Tia Erica- da qual nem chegamos a ficar. Queria ter ido cumprimentar a Dona Guta, o Fernando, filho dela e o resto do pessoal, mas não houve tempo hábil.
Voltamos pra Fazenda Santa Clara, de posse do meu primo, Ian Felix – onde todo ano nos serve de moradia. Ficamos na piscina, relaxando e tomando sol. A caipirinha de lá é maravilhosa, aliás, que falta eu estava sentindo dela. Tomei umas duas bem caprichadas na vodka. Descobri que tenho um primo da Alemanha que eu não conhecia – Andreas, vulgo Andy, de 17 anos.
Após almoçarmos, fui fazer sauna com a mamãe. Passamos shampoo do lado de fora, enxaguamos, passamos condicionador e entramos na sauna, onde nos emplastamos de hidratante para a pele.
Lá permanecemos por uns 30 minutos e após sairmos, tratei de terminar meu banho nos meus aposentos e me deitar, afinal não dormi nem se quer dez minutos da viagem.
Acordei depois de umas horas, saí e como não vi ninguém, voltei a dormir. A festa junina começou e eu não conseguia levantar por mais que me chamassem. Até que uma frase conseguiu roubar de mim um pulo : “ thayana, vamos, já estão começando a tirar a comida, você vai ficar sem comer”.
Tirei muitas fotos, me deliciei com as comidas típicas e a caipirinha maravilhosa. À luz da lua cheia, a nossa família se reuniu em baixo de umas árvores. Bruno no violão e o resto na voz. Cheguei a deixar escapar umas lágrimas – de alegria por estar ali. Eu adoro esse clima familiar. Gostaria que houvesse outras reuniões, mais vezes do ano.
Por volta de duas da manhã fui me deitar, eu estava que era só cansaço, mas soube que a farra rolou até as quatro.
No dia seguinte mais cavalgada, mas dessa vez foi diferente. Fomos à luz do sol e voltamos à luz da lua. Chegamos até a casa do tio Paul e foi ruim vê-lo naquele estado. Infelizmente não podemos absorver muita esperança com relação a ele.
A lua não saía e precisávamos voltar pra Santa Clara para a festa que ia rolar.
Então resolvemos retornar sem lua mesmo. Estava tudo escuro, um breu, sem UM FEIXEZINHO de luz. Nada que nos impedisse de voltar. Os cavalos são espertos e enxergam melhor que a gente à noite. Teria que ter me arrumado rápido, mas isso não é comigo. Demorei uma hora meia, quando deveria estar pronta em meia hora. Perdi algumas homenagens e um filme da família – infelizmente.
Mas em compensação quando cheguei lá, roubei a cena. Eu estava linda e não havia uma pessoa que não me olhasse.
Rever meus primos e tirar fotos com eles foi o que me ocupou durante um bom tempo. Jantamos e logo as músicas começaram a ficar chatas. Os mais jovens se reuniram no salão de jogos, enquanto os mais velhos dançavam um pouco mais. Com um DJ daquele estava difícil se animar.
Fui dormir por volta das duas da manhã. Eu me sentia muito bem, meu coração estava batendo feliz e nada seria capaz de fazer a minha felicidade diminuir e/ou acabar.
Domingo acordei feliz, tomei café, mas algo desandou meu dia. Um pressentimento da Juliana –muito sensitiva – dizia algo negativo sobre a cavalgada de hoje. Não com relação a mim, nem a ela, mas sim ao meu pai. Uma dificuldade, algo ruim aconteceria. Meu coração pediu que ele ficasse. Eu o implorei. Ele até se convenceu de ficar, mas não parecia-nos feliz.
Liberei-o de ir, mas fui atrás- sem a mínima vontade, com muitas dores e cansada. Correu tudo bem, fora o tombo que o Bruno levou da mula. Nada demais, ele caiu na beira do rio, mais pra dentro dele do que pra fora. Nada lhe aconteceu. Talvez o pressentimento ruim fosse com relação a ele.
Piscina, primos, almoço, conversas, risadas, caricias, cafunés, massagens, abraços, beijos, roncos, cheirinhos, apertões, discursos, homenagens, choro, bobeiras, gargalhadas, gritos, e depois da ultima reunião, arrumamos tudo e fomos para o ônibus que partiria 18h/19h. A despedida não foi a melhor parte, aliás, foi a pior, pra mim. Ao entrar no ônibus meus olhos encheram de lágrimas, mas contive o choro.
Saímos 19h20min. A primeira parada foi às 21h40min. Muito cedo, de fato. Eu não tinha fome ainda. Mas comi, afinal não sabia quando pararia outra vez.
A próxima parada aconteceu por volta de 02h30minh.
Durante todo esse tempo, apesar de ter um banco só para mim – os dois lugares- não consegui dormir sequer um segundo.
Chegamos ao rio quase 8h, tomamos café, me despedi dos meus primos, disse que os amo, pedi para não se ausentarem por muito tempo, afinal sinto falta deles e fui dormir.
Acordei 15h e passei o dia no quarto, postando no Orkut as fotos da viagem.
Em toda essa correria o que mais me chamou atenção foi que dessa vez nossa família parecia mais concentrada, mais unida, mais amiga, feliz, risonha e eu, mais do que nunca sinto que amo meus primos cada vez mais. É bom tê-los,todos, ao meu lado, assim, mesmo que apenas uma vez por ano.
Apesar de corrido, estressante e eu não ter podido fazer nem metade do que eu gostaria, foi divertido e tenho a consciência de aproveitar cada segundo ao lado dos meus primos, que, provavelmente, só verei ano que vem.