sábado, 1 de agosto de 2009

O retorno !


1 de agosto de 2009, penúltimo dia - estrada -

Acordamos em cima da hora de encerrar a hora do café – às 09h30min, acabava às 10h. Arrumamos tudo e por volta de meio dia, iniciamos a viagem.







A nossa primeira parada da viagem foi às 15h, estamos a 240 km de Linhares. Gastamos mais 30 reais no mercado só de bobagens pra irmos comendo no caminho invés de parar e perdermos tempo almoçando. Precisamos chegar a Linhares hoje, de preferência antes do anoitecer. Chegamos ao hotel da beira da entrada – o que jantamos no primeiro dia de viagem – quase 18h30min e ali nos hospedamos.


Jantamos frango e picanha com batata frita, arroz e feijão, gostoso.

Eu e Ju fomos dormir uma da manhã, mas o papai e a mamãe foram dormir cedinho.








Vou virar Índia .



Sexta feira, 31 de Julho de 2009.

Seis e meia da manhã o celular despertou e segundo a Juliana, eu xinguei e mandei desligar. Às 9h ela levantou e teve a idéia de sairmos de lá aquela hora pra chegar a tempo de pegarmos a balsa às 10h. Mas teríamos que sair sem tomar café da manhã. Até sairíamos, se não fosse a Doutora Denise Audi, que vetou a saída. Tomamos café da manhã e às 09h35min já tínhamos acabado, até daria tempo de pegar a tal balsa, mas.... No final não fomos.

Nos arrumamos e fomos conhecer a tribo dos Pataxós. Fomos recebidos por um homem velho, com um saiote, barriga flácida, mamilos com alguns pelos envolta, que de fato estavam me dando um certo nojo. Além disso, lhe faltava dentes e uma boa aula de português. Depois quem continuou a nos guiar foi um indiozinho lindo, com um sorriso encantador e uma simpatia contagiante. Não me recordo o nome dele, mas sei que era algo como Balipuan, sei lá. Minha mãe chamou o menino de “tobogan” e eu de “Bahuan”,hahahah. Não é só na família vizinha que temos alguns desligados que trocam os nomes das pessoas.


Vimos eles dançarem, demonstrando um ritual deles. No meio da “roda” tinha alguma coisa que saía fumaça e, segundo eles, era sorte, energia positiva e outro deles, ficou passando por todos que estavam envolta da toda, assoprando aquela fumaça na nossa cara. Comecei a tossir com aquilo, mas se tem algo positivo ali, eu aguento a fumaça.

Depois o moreninho me pintou como as meninas costumam fazer lá. Mulheres casadas têm uma pintura e as solteiras outra, assim como os homens. Casados: um traço horizontal no meio do rosto e em baixo deste, em cada bochecha duas listras. Solteiros: apenas um traço que vai quase de orelha a orelha com formato meio ====== assim e passa bem no meio do nariz.



Quando ele foi me pintar ia fazer a de casado ai minha mãe, sem entender nada sobre os riscos disse, logo depois que ele explicou sobre a pintura: aah, então o dela é de solteiro. Ele se espantou e perguntou: Solteira? Sim, sim... Não sou casada, mas se ele quisesse poderíamos resolver aquele problema, hahaha, to brincando. Meu coração tem dono. Após a pintura, fomos adiante atraídos pelo papagaio e conversamos com os índios. Eles são divertidos e até me convidaram pra ficar e morar lá.




Aprendi que pra casar o homem tem que passar por um teste de resistência, como: carregar nas costas um tronco equivalente ao peso da mulher – é claro, eu mesma tratei de me zoar –

“ ah, se fosse meu marido então ia morrer de dor na coluna”, todos riam e continuaram zombando, até que um deles disse : “ que isso, aqui a gente treina antes da prova acontecer. É claro que aguentaríamos. Minha mulher tem 90 kg . Ai minha mãe : “ ah, ai Thayana, pelomenos não ia morrer encalhada” até que o mesmo índio disse : “ Encalhada era a ultima coisa que ela seria. Se ela viesse morar aqui ia fazer uma fila de índios querendo casar com ela e eu serei o primeiro da fila” hahahaha. Fiquei muito sem jeito, cobri o rosto enquanto ria e até fiquei com as maçãs do rosto vermelhinhas.

Ficamos um pouco mais ali, até mesmo pelo papagaio – principal motivo.


Outra prova é encontrar um porco no meio da floresta – que seria largado lá por duas pessoas que fariam o animal se perder e vagar sem destino. O noivo teria que encontrá-lo e mata- lo. Além disso, teriam que acertar no alvo, no arco e flecha, entre outras provas.

Achei que encontraria índios horrorosos, mas me enganei. Tem alguns que são bem bonitos, só falam tudo errado, né. Imaginei pessoas nuas, cobertas apenas por tangas e/ou saiotes. Esperei mulheres com os seios a morsta, andando curvados, como macacos e falando uma linguagem fora do meu entendimento. Não que eu tenha me decepcionado, pois já havia sido preparada para o que eu encontraria naquele mesmo dia, mas confesso que gostaria de conhecer uma sociedade/tribo primitiva, que viva do escambo, caça, pesca, entre outros, pessoas desprovidas de energia elétrica, rede de comunicação – que fosse através da fumaça ainda – etc.



Legal saber que eles, quando terminam os estudos – da escola – saem da tribo para estudar e depois voltam. Costumam fazer Antropologia, Curso normal, medicina e até direito. Alguns não voltam – é o que eu faria. O indiozinho disse que ele nunca sai da aldeia, nem pra festas ou outros eventos. Devem ser doidos para terminar logo a escola e ficar livre de toda aquela prisão, sem graça e entediante.

Enfim... Depois de ver e saber quase tudo sobre os índios, fomos conhecer o centro histórico de santa cruz de Cabrália. A primeira missa foi rezada em coroa vermelha, vieram com os portugueses, os jesuítas, para catequizar os índios e aquele vilarejo que vimos hoje foi o primeiro construído no Brasil. Começaram pela parte alta da cidade, para ter uma visão mais ampla e depois foram para a parte de baixo. A igreja ali construída foi feita com apenas uma torre – representava o inacabamento desta- só assim não precisariam pagar imposto aos portugueses, afinal os jesuítas nem tinhas essa condição.


Descobri que o nome “porto Seguro” surgiu após a carta de Pero Vas de Caminha, que em uma parte, dizia que ali, naquela região tinha um porto que era seguro para ficar e se proteger, daí o nome da cidade.

O guia Don Juan nos explicou tudo sobre esse vilarejo, nos apresentou o museu e disse que nem Pedro Álvares Cabral sabia de coisas que eles sabem – descobriram depois de muitos anos.

A prisão, ali era assim: a dos homens tinha visão para o mar – seria uma tortura para eles ver o que estavam perdendo- e a das mulheres não tinha visão pra nada. Estas só seriam presas em caso de Adultério, já os homens, tinham mil e um motivos para serem presos, mas por isso, o guia, não disse nem que sim nem que não, mas não duvido nada que eles não fossem presos mesmo. Machismo! Mas as mulheres não escolhiam os maridos, eram os pais, se caso elas não gostassem deles e os traíssem, seriam presas, mas teriam o direito de refletir, ouvir sermão do padre ( afim de convencê-las de que esse é seu destino e que elas deveriam aceitar). Se ele conseguisse persuadi-las, elas sairiam caso contrário, elas permaneceriam ali.



Enfim... Depois dali, paramos no supermercado, compramos coisas para beliscar, pegamos a balsa e fomos para Santo André, conhecemos a praia de santo André, onde tem a costa brasilis, um hotel super chique, alto nível. Daí em diante eu não aguentei, estava tomada pelo sono e apesar de terem parado na estátua de santo Antônio – já nesta cidade – eu fiquei no carro. Pararam em mais uma praia e depois pegamos a balsa para voltar para o hotel. Chegamos neste por volta das 18h, nos arrumamos e enquanto eu ficava no computador, Juliana e papai dormiam.

Por volta das 21h fomos jantar a calderada de frutos do mar de dois dias atrás, que agradou muito, menos a mim, que fiquei no meu bifinho.

Paguei 20 reais para ouvir uma moça que leria meu futuro. Não falou nada demais. Minha saúde está ótima e não ha nada nela que eu precise me preocupar muito, estou próxima de uma declaração e esse, pra mim, será um mês de alianças. Saiu várias vezes a roda da fortuna e ela disse que meu futuro é de muito dinheiro, sorte, riqueza, dinheiro, fortuna, realização profissional e grande crescimento neste.

Perguntou se tenho algo a ver com justiça, eu disse que sim, afinal, tenho. E sou admirada pelas pessoas a minha volta por ser justa, não gostar de discriminação e por querer sempre a justiça.

Em cima de mim, tem muito olho gordo, não devo contar para todos sobre meus projetos e/ou planos.

Enfim... Compramos nas lojinhas e fomos para uma festa na “ilha dos aquários” – fomos de balsa até ela.



Chegamos lá por volta de meia noite, era cheia de aquários, com peixes de todos os tipos. Fiquei encantada, tirei muitas fotos e depois caímos na noite.

Assim que chegamos o assédio começou, me faziam rir. Fingia não vê-los/ouvi-los.

Ninguém conseguiria me conquistar. Ninguém! Se não me enganei na conta, por volta de uns trinta meninos tentaram alguma coisa e nenhum, nenhum conseguiu, afinal o único pra mim, está me esperando no Rio.

No bar mesmo a loira de ajeitou com um loiro, com cara de gringo, que falava com sotaque paulista, mas era de “floripa”.


Fiquei dançando sozinha, não foi muito divertido afinal estava rodeada de bêbados, pulantes e alegres, legal, mas eu não estava, afinal sozinha não dá pra se divertir muito.

Inventei nomes, falei de tudo, para esses garotos. Morei em SP, em MG, Brasília e até de campinas eu fui. Com direito até a sotaques e gestos.

Fui pra zoar, me divertir e foi o que fiz, acabou que voltamos para o hotel quase 4 da manhã.




A noite !


Quinta-feira, 30 de Julho de 2009.

Acordamos cedo porque o barco para o mergulho sairia às 9h, então, após tomarmos café e nos arrumarmos, fomos para o Píer Municipal. Chegamos lá 08h36min, ainda não tinha ninguém e nem sinal do barco. Fomos até a agência e confirmamos tudo lá. Tudo certo! Voltamos para o Píer e a balsa saiu às 09h30min.

No início, o dia estava “feio”, nuvens vindas em nossa direção e até frio, tanto que saímos do hotel de casaco, mas logo o tempo “abriu”.

O guia, Léo – loirinho, paulista, lindo! – nos explicava tudo e nos dava instruções enquanto a escuna ia adiante numa velocidade deplorável e agonizante.




Umas 11 e pouca, chegamos onde queríamos e levou mais de 40 minutos para arrumar todo mudo para o mergulho, afinal equipamentos, arrumação, preocupação, prevenção, etc., dá trabalho né?!

Fui a ultima porque meu mergulho era só de snorquel, mas mesmo assim vesti a roupa de mergulho –pela primeira vez- e pés de pato. Fiquei por ali mesmo, envolta do barco, vendo corais, etc.



Minha mãe ficou desesperada mesmo eu estando pela superfície. Sobre a Juliana, nem se fale – que mergulhou a mais de 10 metros de profundidade. Mamãe ficou do barco com a mão nas cadeiras, cara amarrada, fazendo gestos pra eu voltar pro barco, vir mais pra perto, etc. De lá de longe eu ouvia ela dizer : “ volta aqui garota, deixa só vc chegar aqui pra ver, vai tomar uma surra. Garota nojenta” hahahaha.

A pressão nos meus ouvidos me agoniava, incomodava, mesmo eu não chegando se quer a um metro de profundidade.

Vi corais, peixinhos, foi lindo. Por volta de meio dia partimos de lá e chegamos uma hora no cás.




Dali, fomos na loja para passarem as fotos da câmera que usamos em baixo d’água para um Cd. Isso demoraria por volta de 40min. Então resolvemos almoçar – no Mc Donald’s – e depois de pegar o Cd, passamos no hotel e fomos para a tribo de índios pataxós – apenas na parte comercial e por demorarmos tanto não deu tempo para conhecermos o resto – dia-a-dia dos índios da tribo.






Saímos de lá em torno de 17h, após vermos também o museu.

Ele nos foi apresentado por quatro crianças lindas e super fofas, com nomes indígenas que nos explicaram sobre cada coisa e enquanto isso brigavam e discutiam para ver quem ganharia o dinheiro no final, o que não nos deixou parar de rir. Uma delas chamava-se Tamikuan, que significa Estrela, o mais lindinho de todos, chamava-se Taiuan, que não tem significado. O nome das outras crianças eu nem me lembro, afinal, que nomes!



Fomos para o hotel, chegamos por volta das 18h20min, fui direto para a sauna, eu e Ju, com condicionador no cabelo para hidratar.

Tomamos banho, ficamos no computador. Enfim, descansamos para a noite sairmos para a Night. Teve Babado novo no “ToaToa”- infelizmente sem a Claudinha Leite- que foi ótimo.




Vários dançarinos sarados e dançarinas malhadas. Eu e Ju dançamos muito, pulamos, suamos,tiramos muitas fotos. Bebi flamejante –duas doses – e uma caipirinha, que era pra ser da Juliana, mas ela se distraiu e eu matei, hahaha. Ela também se fez na bebida flamejante e não demorou até ficarmos rindo a toa no toatoa.


Por volta de 3 da manhã, fomos embora rumo ao hotel.

Havia ficado combinado que acordaríamos 6h da manhã, iríamos à tribo de índios Pataxós, para as 10h pegarmos a balsa que faria conosco um passeio pelas praias do norte de Santa Cruz de Cabrália. Claro que não daria certo, mas ficou combinado mesmo assim.