segunda-feira, 25 de julho de 2011

Me livrei de mais um mal.


Sabe, foi até bom ele ter vindo pra fazer com que víssemos com nossos próprios olhos que não tem mais volta, que entre a gente não existe mais nada. Nem amizade... Nada!
Não sei com que intenção e pretensão ele veio aqui e eu também não tinha nada em mente. Mas adiantou pelomenos pra cair nossa fixa. Não sei, mas a meu ver, ontem pareceu uma tentativa de ver como estávamos. Acontece que não tinha mais “a gente”. Não tinha como ter. Mesmo que a gente tivesse se beijado e se abraçado, o sexo não seria o mesmo, os carinhos seriam diferentes, não ia ser como antes, que eu sentia alguma coisa por ele.
É como se a gente precisasse ver o defunto pra ter certeza que ele morreu. Pronto, vimos, pode enterrar porque agora são só recordações.
O silencio nos torturou por 2 horas. Claro que isso aconteceria. Não temos assunto.
A gente mal se conhece, ele nunca quis falar dele e muito menos saber sobre mim. Ele nunca fez a menor questão.
Cheguei a me indagar ontem se: ou não tínhamos assunto pq nos conhecíamos tão bem que não havia mais o que conversar ou se, pelo fato, de a gente não se conhecer nada, aquilo estava acontecendo.
Claro que era a segunda opção! Quando estávamos juntos, ficávamos abraçados, falávamos brevemente do nosso dia e fazíamos sexo. Só! Depois ou comíamos ou íamos pro computador ver vídeos e mostrar um pro outro ou altistar mesmo. Então o assunto era sempre sobre: Vídeos na internet, comentários sobre o sexo que acabamos de fazer ou sobre a comida que estávamos comendo e se íamos tomar banho juntos depois.
Com certeza o que aconteceu ontem foi uma desculpa para nos encontrarmos.
Juntamos a única coisa em comum que sabemos que temos e usamos de desculpa. Essa é a verdade!
Eu queria ter falado sobre mil coisas mas não tive coragem e achei que não cabia no momento. Queria conversar sobre a gente... Tudo que aconteceu nesse tempo que ficamos juntos, o que ele estava pensando, o que ele queria, porque ele tinha ficado tão chateado quando eu disse que não queria mais, se ele ainda sentia alguma coisa, mesmo que quase nada, por mim... Tantas perguntas, dúvidas, incertezas. Mas como sempre, ele não esclareceu nenhuma! Eu não esperava mais ...
Foi ótimo ter visto ele. Depois que terminamos de vez, ainda não tinha dado de cara com ele e finalmente isso aconteceu. Foi muito bom porque agora sei que não sinto mais nada por ele.
Ou eu já não sentia e achava que sentia ou eu deixei de sentir ontem.
Eu tinha várias coisas em mente para escrever, mas dormi e esqueci. Mas o principal ta aí.
Nos encontramos, ele me abraçou friamente, conversamos sobre a gente e depois ficamos no vazio do silencio.
Ele ainda tentou me fazer ir pra perto dele, mas eu mantive minha opinião de que, por ter um imã em nossos corpos, precisamos ter um raio de distancia mínimo de um metro, se não nossos corpos se atraem e não há quem faça desgrudar.
Que bom! Agora tenho certeza do que sou, do que quero, do que devo fazer e do que quero seguir daqui em diante.
Chega de dúvidas
pode enterrar que esse defunto já deu muito o que falar.
Sinto meu coração apertar, mas com todo meu lamento eu digo:
Nem flores irei jogar.
Não quero mais te ver, nem vou rezar por você, espero que você vá em paz e não volte pra me atormentar, porque eu cansei de brincar.
Quero crescer e viver, sem ter tanto que me preocupar por alguém que, por vezes, não lembra nem que eu existo.
Adeus, espírito do mal! Que você encontre a sua luz e seja feliz...


(J.B.L)