domingo, 5 de junho de 2011

Amar-me.


Eu achei que rejeitá-lo seria sinônimo de amor próprio, seria a prova de que eu estaria aprendendo a me amar mais, pensar mais em mim, no que eu sinto.
No começo, quem me rejeitou foi ele. Aceitei numa boa- mentira, sofri muito. Mas passou. E justo quando tinha passado, ele me vem e diz que não quer mais que exista essa distancia entre a gente e que o fato de estarmos separados o incomoda.
Só a ele né? Eu não sinto nada! Como se isso pudesse ser verdade.
Sempre rola um sentimento. Independente do que ele sinta e de como ele faça.
Eu estava no décimo sono em pleno sábado onze horas da noite (porque minha mãe viajou e me pediu pra ficar em casa). Meu celular tocou, era aquele toque de galinha que faz meu coração acelerar toda vez que eu ouço. Só atendi da segunda vez e era ele, claro, me perguntando se podia vir até aqui. Como eu diria que não? Não consigo!
Ele chegou e, pra não perder o habito, comeu –cachorro quente, pra variar (porque aqui em casa só tem isso quando a minha mãe viaja). Ah, é mais prático.
Não quero descrever com muitos detalhes o que aconteceu. A questão é que as 03h30min da manhã eu estava tendo a melhor sensação da minha vida. Nunca imaginei que eu pudesse chegar nesse ponto. Ele me surpreendeu – me surpreende a cada dia, na verdade.
Não tem como eu não me apegar. Ele é carinhoso, me ganha fazendo daquele jeito que só ele sabe. Me sinto nas nuvens depois que ele vai embora e só consigo pensar em como ele me fez bem. Mas também né, depois da massagem caprichada que eu fiz nele...
Apesar de que isso não justifica. Ele é bom sempre, independente do que eu faça. Ele me pega com força, tem aquela pegada nas costas que me deixa louca.
Meu objetivo, depois que ele terminou comigo era recuperar minha auto-estima - tentando compreender que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. Busquei relaxar.
Comecei a perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estava indo contra minhas verdades.
Parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento, inclusive isso. Hoje vejo que amadureci.
Nem tanto porque o aceitei de volta –mas isso não vem ao caso.
Queria me respeitar mais: Meus limites, minhas vontades, anseios e duvidas. Eu sabia que tudo aquilo que eu estava sentindo não passava de uma resposta natural a tudo que ele me fez passar.
Então, para não ter que passar por outras situações difíceis como essa, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo, mas na verdade era amor-próprio. Não que em um mês eu tenha conseguido tudo isso, mas pelo menos eu tentei. Ainda não obtive sucesso na tentativa de me livrar dele- que em certos momentos me faz mal-, mas um dia eu consigo.
Para não pensar nele, parei de ter tempo livre, comecei a temer-lo e quando o tinha, fazia grandes planos para o meu futuro profissional. Agora faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes, passei a ser mais humilde.
Desisti de ficar revivendo/ remoendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Não vou ficar recordando o tempo inteiro do mal que ele me fez antes. Um dia todos nós vamos morrer e aí não terá mais jeito de aproveitar, então, agora eu não vou deixar de fazer nada do que eu tenha vontade, em detrimento dos malefícios que possa ter.
Quero viver um dia de cada vez e, assim, encontrar a plenitude.
Quero me fazer entender que minha mente pode me atormentar e me decepcionar mas ela pode ser uma grande e valiosa aliada do coração, basta encontrar o equilibro. Eu só quero saber viver melhor, me amando e me respeitando.
Ontem tive a melhor noite da minha vida e tudo isso graças ao avanço que tive- de parar de querer algo que ele não pode me dar: AMOR.
Percebi como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo, ou seja, nada de forçar a barra. É preciso que haja respeito, por menos séria que seja a nossa relação. Eu tenho que tentar tirar dele o que ele tem de melhor ao invés de ficar criando a expectativa de que ele vai mudar porque não vai e eu sei disso.
Antes de querer amar alguém, eu preciso, acima de tudo, saber ME amar.

Então ta combinado assim: Nada de ficar se prendendo no passado e nem apressando um futuro incerto. Vamos viver o presente plenamente e buscar mais e mais a felicidade que está única e exclusivamente dentro de quem a busca. Só assim vou aprender a me amar de verdade.
Fechou então!


(J.B.L)