quarta-feira, 27 de julho de 2011

Raiva compartilhada é raiva minimizada!



Nem lembro, mas já devo ter escrito aqui sobre a minha mãe, pelo menos umas 6 ou 7 vezes. Dentre elas, provavelmente devo ter mencionado o fato de ela me prender muito debaixo das asas dela.
Hoje passei o dia bem- na auto- escola, mas bem. Na hora que cheguei em casa, um assunto com meu pai, no carro, me fez voltar àquela conversa sobre o congresso que quero ir em são Paulo.
Eu sabia que seria difícil mas, de verdade, eu estava com esperanças de conseguir. Pelo meu pai, eu vou, mesmo que ele tenha que vender a roupa do corpo. Se vai me acrescentar, eu vou! Mas a minha mãe...
Como ela me irrita, meu deus, que dom que ela tem de me irritar com tanta facilidade.
Me diz que não vou, bate o pé e rediz: “você não vai!” E meu pai? Sim, espera-se que ele vá tomar alguma atitude e explicar o quanto seria importante pra mim, ir nisso, mas não. O bocó fica calado e aceita tudo que minha mãe diz, pra evitar brigas. Eu não agüento isso! Se o filho é 50% de um e 50% de outro, a decisão de um não pode ter mais peso do que a do outro. Mas a da minha mãe tem!
Agora vamos ver os motivos dela: Sou imatura, né... Só tenho 19 anos. Esse é o ÚNICO argumento que ela me dá. Mas e pra ela, com cinqüenta e poucos anos, não teria perigo? Só pra mim, né. E de onde ela tirou que não sou madura? Só tenho demonstrado o contrário. Não consigo entender. Na verdade, eu creio que seja apenas uma desculpa que ela está inventando pra não me deixar ir.
Ela diz que sou imatura e que preciso ter mais noção da realidade. Mas como se fui criada de olhos fechados pro mundo e protegida de toda e qualquer atrocidade que ocorresse?
E hoje ela ainda tem a coragem de me cobrar que eu saiba andar sozinha na rua e que consiga fazer tudo sem ajuda de ninguém. E mesmo vendo que eu não estou totalmente apta a cumprir com as exigências dela, ela ainda continua com a velha criação prisioneira. Deveria tentar mudar um pouco pra ver se eu consigo ser quem ela quer. Mas ao invés disso, mantem a velha tática, mesmo sabendo que ela não funciona mais.
O pior de tudo é uma pessoa de cinqüenta e poucos anos, que continua com pensamentos bobos, arruma briguinhas e picuinhas sem sentido, diz não sem ter argumentos, exagera em tudo e que só pensa em si, querer falar comigo de infantilidade e maturidade, ah pelo amor de deus!
O fato de ela só olhar pro próprio umbigo é outra coisa que me deixa fora de si. “Eu não vou ter sossego”, “eu vou ficar preocupada”, “eu , eu , eu”.
Porra! E EU?? Que estou querendo me deslocar da minha casa, sair com todo meu conforto, sozinha, pra encarar uma viagem corrida, gastar dinheiro, passar o dia assistindo palestras e mini-cursos, correndo o risco de não entender nada- porque não sei o quanto de libras eles pretendem usar-, ter que acordar e dormir cedo todo dia e ainda ser obrigada a lutar por isso! Deveriam estar agradecendo a Deus pelo meu interesse e não reclamando da vida.
Mas eu insisto e mais uma vez me pergunto: Como eu posso ser madura se fui impedida de crescer? Agora quem sofre com isso sou eu, que sou obrigada a perder um mega evento dentro da área que eu quero atuar em função de argumentos ridículos e sem fundamento algum!


(OBS: O evento será  nos dias 11, 12 e 13 de agosto e ha, aproximadamente, um mês e meio que eu venho falando nisso. Será um congresso com mini-cursos e palestras rodeando o tema "educação e surdez".
Só pra constar, se eu perder essa oportunidade, já vai ser a terceira, que, por "falta de maturidade" eu não vou. O que será que está faltando pra eu ter essa tal maturidade toda que ela tanto menciona? Será que ela vai me deixar/ vai permitir que eu cresça dessa vez? Acho muito difícil... ).