Prova da puc, primeiro dia do horário de verão e nada me fazia relaxar -
apesar de terem quatro despertadores configurados para as 6 da manhã.
Antes de me deitar, confessei minha angustia e depois de me
desejaram uma boa noite, meus pais me pediram que eu relaxasse porque tudo ia
dar certo. Senti sair um peso das minhas costas. Dormi feito pedra. Seis horas
e dois minutos minha mãe estava a postos, diante de mim. Virou a noite.
Coitada! Quando ela me disse isso, senti que ao revelar minha preocupação,
antes de dormir, passei toda, toda, toda, toda a minha angustia pra ela, transferi.
O que fez com que ela ficasse mais nervosa que eu, tanto que nem dormiu.
Ainda bem que eu a tenho.
Fiz um bom café da manhã. Bom mesmo! E pé na estrada.
Estava cada vez mais perto e meu coração começara a
acelerar, como de costume – sim, eu estava nervosa, aliás, acho que era mais
ansiedade do que nervoso, propriamente dito, mas nada que eu não pudesse
controlar.
Estiquei-me, tentando achar algum conhecido. Meus pés não
podiam suportar mais o meu peso e mesmo assim lá estava eu, na busca incessante
de uma mão amiga. Até que avistei a primeira: Carol, vulgo “IMBECIL”,
conversamos e fui ficando mais tranqüila à medida que riamos de bobeiras. Depois
fui encontrando as outras pessoas. Ao chegar à sala peguei o lugar mais ao
fundo, bem isolado e descobri que a Thamiris ia fazer prova na mesma sala que
eu. Tratei, então de guardar um bom lugar pra ela, afinal a sala estava vazia
quando cheguei.
Talvez sua presença tenha me passado segurança/tranqüilidade.
Sei lá... Talvez por saber que tem alguém ali, no meio de tantos desconhecidos,
que sabe tanto a matéria quanto eu. Sobre os outros, eu não fazia a menor idéia.
A thayná- minha preta- também fez prova na minha sala, bem pertinho de mim.
O nervoso ia aumentando, os minutos demoravam a passar e a
minha inquietude certamente estava agoniando as pessoas envolta.
O sinal tocou, comecei olhando o tema da redação, que
inclusive achei ridículo... “ciúmes”, pô fala sério. Que tema mais aculturado. Estudo
tanto pra me deparar com um temazinho bobo desses. Não que fosse fácil
dissertar sobre, mas não tem muito o que dizer. Se trata de um sentimento, vem
de cada um. Eu, por exemplo, sou doida, maluca de ciúmes. Seja com amigos ou
namorados.
Enfim... Comecei a fazer por português, que era a parte
discursiva... Fiquei 20 minutos pra ler o texto e fazer a primeira questão. Comecei
mal, eu sei. Mas o texto era grande, complicado e a interpretação da pergunta
estava me confundindo.
Biologia e espanhol foram de múltipla escolha – ainda bem,
rs.
Eu acho que fui bem, mas tenho medo de falar isso, não quero
criar expectativas pra não correr o risco de decepcionar. Eu saí da sala, dei cinco
passos e o sinal tocou. Fim da linha! Eu saí nos 47 do segundo tempo.
Agora vem a parte que eu temia. Sexta feira! História e Geografia discursivas e Física, Química e Matemática múltipla escolha. Em
apenas 4 horas de prova. Ah, mas eu consigo, confio em mim.
Melhor do que o Enem que além de ser rave ainda é gincana. Aliás,
nem vou dissertar sobre o meu transtorno com relação ao ENEM, se não vou
escrever até amanhã.