Mesmo sem querer, parece que não resta alternativa, se não
apelar para as mal vistas e mal faladas, faculdades particulares. Não vejo saída.
Não vou passar por isso tudo denovo. Não mesmo! E isso já está decidido.
Podem até dizer que não me esforcei, que estou colhendo o
que plantei, que não fiz por onde, ou milhões de outras coisas, mas eu vejo diferente. Para eu não querer repetir isso ano que vem, significa que entendi bem o
sentido do vestibular e passei exatamente o que deve passar um pré-vestibulando.
Do contrario, eu não teria essa resistência toda. Não mediria esforços para
orgulhar meus pais. Afinal anos de investimento, merecem o mínimo de retorno. Mas
eu não tenho forças para começar tudo denovo. Não dá!
Não os condeno por me reprimir. Eu confesso que não dei tudo
de mim. Enquanto eles...
Aposto que quando eu nasci, minha mãe não me olhou e pensou:
“Quero que minha filha,quando crescer, estude numa faculdade merdinha. A pior
de todas. A que todo mundo passa!”. Se não ela teria me colocado na escolinha “coelhinho
sabido” da esquina. Mas não! Escolheu logo a melhor do bairro. E agora, depois
de anos de sacrifício para construir os alicerces do meu futuro, não me vejo em
outra situação, se não a de estar compartilhando salas de aula com quem pouco
se interessou em ser alguém na vida.
Mesmo que atrasada, eu me dei conta da importância desse ano
e apartir de então, me empenhei. Mas porque então, não consigo atingir bons
resultados? Talvez tenha sido tarde demais. Mas dizem que nunca é tarde pra
tentar! Então qual é o problema? Ou melhor... Onde está o problema? Em mim? Nas
adversidades/mudanças educacionais-governamentais desse ano?
Vai prova, vem prova, me sinto humilhada com os resultados, sofro, choro, minha depressão só aumenta, minha
auto-estima abaixa cada vez mais, junto com as minhas esperanças. Todas juntas,
se despedaçam e em migalhas são levadas por uma forte correnteza, chamada humor,
que após uma longa trajetória, cai. Ribanceira abaixo. Essa é exatamente a cena
que descreve a minha situação...
E isso acaba gerando outros problemas, que vem junto com
outros e mais outros.
Tudo me afeta, me magoa. Qualquer grosseria, mesmo que de
brincadeira, me chateia. Estou sensível. Como uma eterna TPM.
Não consigo entender esse vazio tão cheio. A agonia da falta de não ter. Não quero aquilo que não pude escolher.
Não consigo entender esse vazio tão cheio. A agonia da falta de não ter. Não quero aquilo que não pude escolher.
Só queria exercer a profissão dos meus sonhos, estudar algo
que me fosse prazeroso. Sair dessa rotina, dessa luta, essa disputa. Detesto isso!
E depois de tanto me dar mal nas provas, cansei de ser otimista.
Todo dia eu acordo e já não realmente importa, se agora é desanimo,
o que antes era sonho. Continua sendo sempre a mesma coisa, o mesmo dia, mesmo
agora que eu me sinto, como antes eu não me sentia. Se por descaso ou por
dificuldade, as notas não vão bem, na escola não faz diferença, ninguém espera
que eu vá mais além.
Minhas amigas, sempre ocupadas... Cada uma com suas vidas e
problemas que sempre são mais importantes do que algumas horas de dedicação à
uma pessoa que precisa de apoio.
E as pessoas acham estranha a minha maneira de conversar, mas
algumas sabem que é só com elas que eu sou sincera a falar.
Quando eu saio, procuro novas formas de me divertir. Novas
bebidas, novas companhias, para tentar me fazer sentir. Quando já é tarde e eu
volto pra casa, não há nada além de lágrimas, não há palavras pra exprimir. Então
eu choro, choro e tento entender o que acontece. Mas eu não entendo, não
entendo...
Não é que eu vá deixar tudo de lado, jogar a toalha, chutar o balde agora no finalzinho, mas não sigo em frente mais com aquela esperança, aquela garra, vontade e coragem que eu tinha antes. Prefiro evitar novas decepções. Tô cansada, chega !
Não é que eu vá deixar tudo de lado, jogar a toalha, chutar o balde agora no finalzinho, mas não sigo em frente mais com aquela esperança, aquela garra, vontade e coragem que eu tinha antes. Prefiro evitar novas decepções. Tô cansada, chega !
"Dificil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer". (Bob Marley)
Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer". (Bob Marley)