sábado, 6 de junho de 2009

Me livrei do mal que ele me fazia .


Pela primeira vez eu o vi e não senti nada – nada muito especial e relevante, se comparado à antes que bastava um olhar e meu coração parecia perder o freio - a não ser no primeiro choque.
Ele chegou de surpresa às 06h40min da manhã na minha cozinha, com um sorriso lindo e disse: Bom dia!
Eu estava de costas e em um primeiro momento não acreditei que pudesse ser ele, mas para o meu espanto, era. Estava de cabelo curto e eu ainda não tinha o visto depois do corte – só por foto.
Meu coração acelerou, admito, mas logo reestabilizou-se.
Tudo que eu queria naquele momento era dar-lhe um abraço e neste não sentir meu coração aquecer como de costume . E fui .Tomei-o em meus braços - depois de ter correspondido ao comprimento e ao sorriso – e para a minha surpresa maior, tudo parecia normal , como se ele fosse uma pessoa qualquer . Será mesmo que parei de ama-lo daquela forma ? serei capaz de esquecer daquela noite ? e tudo que sofri por ele, será que finalmente caí na real de que ele não merece as minhas lagrimas ? Espero que sim.
Afinal chega de agüentar esse jeito mimado de pensar que tudo tem que ser da maneira que ele quer que seja e seu descaso para/com a minha vida, meus problemas e até mesmo sobre o fato de eu estar bem ou não . Pergunto se está tudo bem e está . Sempre está!mas pouco se importa em saber como eu estou . Nem sempre estou bem . Porque estou sem você! mas agora tudo mudou, sinto isso. Sem ele vou estar bem melhor. Apesar de seu galantiador modo de me dizer que estou cada dia mais linda, daquele abraço que me enlouquece e aquele selinho carinhoso – como de quem gosta de verdade- eu não quero mais me machucar, ficar ferida por dentro e fazer meu coração chorar por um garoto, um moleque, um criança e imaturo - que tem muito o que crescer e aprender com a vida - porque ele realmente não merece .Eu sei do meu valor. Hoje joguei no mar uma flor, depois de dá-la um beijo e dizer-lhe tudo que eu quero que ela leve em bora junto com as ondas do mar . Porque eu vou/preciso jogar fora tudo que me faz mal. Pedi para o Giral-Sol levar meu coração cansado de sofrer por amor .
Pensei demais nele, chegou a hora de pensar um pouco em mim. Se não me amava para que dizer? ninguém havia falado em amor até então. Só pode ser brincadeira . Mas ele tem que entender que sentimentos não são brinquedos manejáveis e comigo não se brinca .
Agora, para mim, ele é alguém comum. Um simples idiota que tenta conquistar todas e no final só fica com uma – mesmo que não esteja feliz por completo com ela e que ame muito mais outra.

(Chris Bastos)

Caminhando com os seus pés .












Novamente nós nos desentendemos. O caminho foi longo pela falta de assunto e caras fechadas.

Mas apesar do silencio, eu não me sentia incomodada, porque a quantidade de pensamentos que passavam pela minha cabeça era tão grande que supria o vácuo de som que se propagava no ar.

Acordei cedo e sozinha. Em meu celular uma música calma, lenta e perfeita para acordar alguém – Morena – Scracho .

Eu havia pedido que ela me deixasse “em paz”. Conversei calmamente e apesar de ela não ter me compreendido, espero que um dia entenda que tudo que eu quero é ter meu espaço. Crescer sabendo cumprir com todas as minhas obrigações e responsabilidades. Quero ser mais madura e menos “mimadinha” por eles.

Eu pedi com jeitinho que minha mãe não arrumasse mais minhas bagunças – que deixasse por minha conta – só assim, brigaríamos menos e por consequência, eu ainda teria que me virar pra desfazer os meus próprios erros – no caso a bagunça.

Mas ela não parece ter gostado. Junto à lua, refletindo, cheguei à conclusão de que o motivo de ela ter ficado tão chateada com meu pedido de afastamento, é que ela está começando a se dar conta de que estou crescendo e que não sou mais o bebezinho do qual ela vai ter que passar o dia todo cuidando, dando mamadeira e trocando fraldas sujas de urina. Ela não entende que depois de um tempo é preciso deixar que os filhos caminhem com as próprias pernas. Como numa prova em que você estuda muito e um dia vai ser testado pelos seus estudos. Se nunca for testado, não vai ter como saber se aquele estudo realmente valeu.

Tudo o que ela queria era que as coisas voltassem a ser como antes: ela fazendo tudo pra mim. Se eu deixar ela come pra mim, toma banho, malha, estuda e faz as provas pra mim. Caso eu não controle a situação, minha mãe passa viver a minha vida para mim.

Tentando evitar que isso se expandisse ainda mais, eu, serenamente expliquei – o que não deu nenhum pouco certo – e apesar de todas as discussões ela realmente não tem tentado desfazer meus deslizes – acatou ao meu pedido mesmo contra sua vontade.

Meu quarto estava de pernas para o ar - agora eu já arrumei - e ela cada dia mais irritada com a situação da semana passada – amigos dormiram aqui em casa e ela estava viajando – tempestade num copo d’água. Por várias vezes tentei convencê-la disso, mas nada fazia com que ela voltasse com a sua decisão de me deixar dois finais de semana em casa. Tudo bem! Isso não é o pior. Para mim o que dói mais é brigar com a pessoa que mais amo – Eu sempre achando que sou mais madura do que realmente sou e ela que eu sou mais criança do que o real .

Hoje, espero que tenha sido a nossa ultima discussão.
Deitei à minha cama para tentar descansar da dura rotina semanal - estudos, provas, aulas, academia, etc. – olhava para o teto e tudo parecia se misturar na minha cabeça. Parecia que estava tudo fora do lugar. Eu me sentia sem base. Parecia que eu tinha destruído todos os meus alicerces e que nada mais tinha sentido e nem razão de ser. Foi quando me pus a chorar. Não aguentei – sou muito sincera e não consigo guardar sentimentos – corri até ela e peguei- a olhando um email com uma musiquinha lenta que me fez chorar ainda mais. Ela me pediu alguns minutos e tudo que eu fazia era chorar e sacudir a sua cadeira – ignorando seu pedido – e implorando atenção. Ouvi gozações de aparentar um bebe chorando no colinho da mamãe, mas esse é o melhor lugar para se chorar. Um dengo aqui, outro ali só para ter sua atenção que realmente vale a pena .

Quando ela finalmente resolveu me ouvir eu disse tudo que me afligia, pedi para que parássemos de brigar feito doidas e um abraço bem forte.

Ela me tomou nos braços – parecia me perdoar – mas me condicionou a parar de peitá-la – contestar tudo – não garanti, mas prometi tentar.

Não aceito uma resposta sem justificativa, o que eu posso fazer?

Eu a amo muito, quero te-la para sempre e em paz. Espero que essa guerra civil tenha aqui o seu ultimo disparo, com a ultima arma e a ultima bala .