Estou me sentindo um pouco distante das pessoas, dos meus
objetivos, dos meus sonhos, de tudo.
Me sinto imparcial. Talvez por eu não querer arrumar
briga/confusão/estresse, eu acabe ficando calada, quieta, na minha.
Ontem foi prova viva disso. Minha melhor amiga está
diferente comigo, inventa mil desculpas para justificar suas ausências, não me
liga, pouco se importa e não sou eu quem vai ficar cobrando. Como já dizia
nosso grande William Shakespeare: “plante seu jardim e decore sua alma, ao invés
de esperar que alguém lhe traga flores”, ou seja, faça por onde e as borboletas
vão escolher o seu jardim para sobrevoar.
Não adianta ser chato, egoísta, hipócrita, cobrar
algo dos outros e ainda querer ser atendido.
Então, o que eu faço é simplesmente, ficar quieta, sem
cobrar o carinho de ninguém.
Pode ser por conta da excitação que está com o clima de
começo de namoro, aliás, pelo que conheço minha amiga, com certeza é isso. Mas fico
triste em me sentir assim diante das atitudes que ela tem tomado.
Bom, pra começar, me sinto distante dela.
Minha mãe é outra que só sabe me criticar e arrumar confusão
comigo. Só quer brigar, xingar, gritar, não quer que eu responda e ainda
pretende que eu tome alguma atitude de carinho com relação a ela.
Se ela não cuida do jardim dela, não sou eu a borboleta que
vai resolver voar nesse clima tão pesado. Vou procurar um jardim mais florido
para me abrigar.
Meu pai sempre esteve distante e frio comigo, mas agora está
muito mais. Minha mãe ocupa quase todo tempo livre que ele tem e não lhe resta
nada para me dizer um oi quando chega. Talvez ele se destraia e esqueça, mas
isso nunca aconteceu antes.
Minha irmã nem se fale. Tem dias que não conversamos sobre
como estamos nos sentindo...
O Beto ficou triste comigo só porque eu quis sair com as
minhas amigas, sendo que ele nem é meu namorado e só estamos ficando há duas
semanas.
Depois 90% dessas pessoas que citei, ainda vem querer me
impedir de fazer besteiras. Mas eu não encontro um ponto de equilíbrio. Então, a tendência é procurar subterfúgios para tentar me refugiar de tanta confusão.
Tenho medo de me entregar, tenho raiva da minha mãe,
saudades da minha irmã e fico triste pelo meu pai. Com relação à Luisa... Eu não
esperava menos. Ela é muito de momento e nesse ela está com o Renan. Tudo bem.
Tenho a May, eu sei, ela tem me feito muito bem, apesar de
discordar de mim em muitos aspectos e acabar ou não me deixando a vontade ou me
fazendo ficar irritada. Mas mesmo assim ela tem exercido uma grande função.
Me sinto sozinha, triste...
Não quero cobrar nada de ninguém. Vou continuar sendo imparcial até onde eu aguentar. Discutir é pior, posso acabar fazendo mal à quem acha que está tudo bem entre a gente. Não vou discutir a relação com absolutamente ninguém e só vou dizer o que sinto pra quem perguntar.
Quero aprender a ficar mais calada, mas quieta, refletir mais sobre mim e sobre minhas atitudes.
Quero paz e solidão.
Mas uma solidão à dois...
Pode ser o Beto, aliás, quero muito que seja ele. Mas ainda estamos nos conhecendo e tá cedo pra exigir tanto.
Trancada no meu quarto volto a
pensar sobre a minha vida solitária e livre.
Admito, estou na TPM, mas isso não tem tanto a ver. Quer
dizer, até tem porque estou sentimental, mas enfim... A verdade é uma só: Preciso
urgentemente de um namorado!