Hoje, desabafando com um menino que mal conheço ( Julio ), cheguei à conclusão de que sou movida a elogios.
Fiquei pensando: Se parassem de me elogiar, por uma semana que
fosse, talvez eu entrasse na minha mais profunda depressão.
Apesar disso, alguns ainda dizem que tenho o ego indestrutível,
alto estima nas estrelas, ou qualquer coisa do tipo, mas não é!
Acontece que tudo que passei na vida, me deixou mais forte,
me fez ver que eu não posso deixar uma pessoa qualquer me colocar pra baixo e a
única que pode fazer isso sou eu. Entre os meus 10 e 15 anos, fui
desmoralizada, rebaixada, rejeitada, por inúmeras vezes, por N motivos e das
piores maneiras possíveis. Fui descriminada na escola, tive dificuldade para
fazer novos amigos e não conseguia nenhuma nota que prezasse. Isso tudo foi me
deixando cada vez pior e sujeita a receber mais e mais “elogios”.
O pior de tudo é que eu me importava tanto com isso que
passava dias chorando, presa no quarto, triste e nada nem ninguém me fazia
melhorar. Até que fui ficando forte, tudo o que diziam se transformava em
raiva, no inicio, mas depois de alguns minutos de reflexão, todo aquele
sentimento ruim era substituído por uma força que nascia e crescia dentro de
mim, e a cada dia ia aumentando, através das piadinhas, brincadeiras de mau
gosto, etc. Tudo isso só ia alimentando o que eu sentia e hoje, minha força se
tornou algo tão grande que quase nada do que digam me abala.
Se for algo positivo, vai me elevar de tal maneira que é bem
capaz de eu passar o dia todo mais feliz. Não que isso me deixe metida, me
achando a mais bela do mundo nem o ultimo biscoito do pacote, mas eu fico
diferente, eu mudo, me sinto bem. Não é como as outras pessoas, que
simplesmente gostam, eu gosto muito! Aliás, como concluí, acho que é disso que
eu vivo: Elogios!
Bom, enfim...
Eu dizia que hoje pareço ser inabalável, indestrutível. Sim,
eu preciso ser. Porque apesar de eu ter amadurecido e não me importar mais com
o que falam, eu ainda preciso ser forte para não deixar que isso volte a me
abalar.
Claro que existem certas coisas que ainda me deixam muito
triste quando eu ouço, mas eu procuro levar sempre na brincadeira e o mais
importante: Não mostrar NUNCA o quanto aquilo está me deixando chateada, o
quanto aquelas palavras dizem pra você. Quem te critica, potencializa seus
defeitos, o faz justamente com o objetivo de fazer você se sentir inferior. E porque,
diabos a pessoas que faz isso é superior a você?
Bem... Caso ela perceba que esta te afetando com as palavras
dela, realmente vai se sentir assim. Exatamente por isso que não se deve
explicitar a raiva que sente quando alguém faz isso.
É bem difícil, mas a quantidade de pessoas, a qualidade das agressões
verbais e o tempo – junto com o amadurecimento, claro – me mostraram que paciência
requer muita prática e tenho certeza de que quando eu tiver lá pelos meus
trinta e poucos anos não vou me importar nem se resolverem me comparar com um
dragão – exagerando muito.
Não que depois dos 15 eu tenha melhorado absurdamente em
todos aqueles aspectos. Minhas notas continuaram bem baixas e isso trazia a
minha auto-estima pro chão, mas pelomenos, com uns 16, fui ficando mais sociável,
aceitando mais as brincadeiras e brincando também.
Meu corpo crescia numa velocidade tal, que nem eu
acreditava. Tanto no sentido de engordar, quanto no que diz respeito a corpo,
em si. Comecei a me achar mais bonita e valorizar as melhores partes do meu
corpo.
Hoje em dia, aos 18, confesso que certas coisas – como havia
dito- ainda me deixam magoada, mas tudo depende de como você reage às
piadinhas.
A questão é que: Muitos dos meninos, que antes me criticavam
e riam quando eu passava, hoje vem de conversinha, falando que aquilo foi
passado e que o que importa é o presente. Ouço frases do tipo: " Que isso... como você mudou heim! " ou " Nossa, você tá muito gata ! " . Mas não é tão fácil assim esquecer das frustrações
do passado. Ainda mais as que tivemos quando criança. É como dizia o Fabiano (ex
professor particular): “Um gordinho nunca esquece dessas coisas”. Mas aprendi que nem sempre as coisas saem da maneira que queremos e as pessoas quase nunca são/reagem do jeito que gostaríamos. Aprendi a ouvir "NÃO", entendi que não é porque eu quero um menino e o acho bonito, que ele tem que sentir o mesmo. Não existe uma fôrma pronta para fazer todos os seres humanos iguaizinhos uns aos outros. As opiniões divergem e é normal que eu acabe passando por uma eventual negação. Assim como muitos meninos que eu não quis/quero/ irei querer ficar.
Lido normal com as pessoas que me arrasaram no passado.
Afinal, éramos crianças, imaturas e não sabíamos o que estávamos falando. Tudo
bem, deixa pra lá, passou! Não vou ficar guardando mágoa de ninguém, até
porque, isso seria muito pior pra mim do que pra eles.
Preciso ser forte e ter em mente que o que conta é o que a
maioria acha e não a opinião de meia dúzia de “do contra”.
Estou me sentindo bem mais aliviada depois desse desabafo ! E que sejam eternos enquanto durem, elogios, queridos e
amados elogios!