terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Desabafo total !




Hoje, desabafando com um menino que mal conheço ( Julio ), cheguei à conclusão de que sou movida a elogios.
Fiquei pensando: Se parassem de me elogiar, por uma semana que fosse, talvez eu entrasse na minha mais profunda depressão.
Apesar disso, alguns ainda dizem que tenho o ego indestrutível, alto estima nas estrelas, ou qualquer coisa do tipo, mas não é!
Acontece que tudo que passei na vida, me deixou mais forte, me fez ver que eu não posso deixar uma pessoa qualquer me colocar pra baixo e a única que pode fazer isso sou eu. Entre os meus 10 e 15 anos, fui desmoralizada, rebaixada, rejeitada, por inúmeras vezes, por N motivos e das piores maneiras possíveis. Fui descriminada na escola, tive dificuldade para fazer novos amigos e não conseguia nenhuma nota que prezasse. Isso tudo foi me deixando cada vez pior e sujeita a receber mais e mais “elogios”.
O pior de tudo é que eu me importava tanto com isso que passava dias chorando, presa no quarto, triste e nada nem ninguém me fazia melhorar. Até que fui ficando forte, tudo o que diziam se transformava em raiva, no inicio, mas depois de alguns minutos de reflexão, todo aquele sentimento ruim era substituído por uma força que nascia e crescia dentro de mim, e a cada dia ia aumentando, através das piadinhas, brincadeiras de mau gosto, etc. Tudo isso só ia alimentando o que eu sentia e hoje, minha força se tornou algo tão grande que quase nada do que digam me abala.
Se for algo positivo, vai me elevar de tal maneira que é bem capaz de eu passar o dia todo mais feliz. Não que isso me deixe metida, me achando a mais bela do mundo nem o ultimo biscoito do pacote, mas eu fico diferente, eu mudo, me sinto bem. Não é como as outras pessoas, que simplesmente gostam, eu gosto muito! Aliás, como concluí, acho que é disso que eu vivo: Elogios!
Bom, enfim...
Eu dizia que hoje pareço ser inabalável, indestrutível. Sim, eu preciso ser. Porque apesar de eu ter amadurecido e não me importar mais com o que falam, eu ainda preciso ser forte para não deixar que isso volte a me abalar.
Claro que existem certas coisas que ainda me deixam muito triste quando eu ouço, mas eu procuro levar sempre na brincadeira e o mais importante: Não mostrar NUNCA o quanto aquilo está me deixando chateada, o quanto aquelas palavras dizem pra você. Quem te critica, potencializa seus defeitos, o faz justamente com o objetivo de fazer você se sentir inferior. E porque, diabos a pessoas que faz isso é superior a você?
Bem... Caso ela perceba que esta te afetando com as palavras dela, realmente vai se sentir assim. Exatamente por isso que não se deve explicitar a raiva que sente quando alguém faz isso.
É bem difícil, mas a quantidade de pessoas, a qualidade das agressões verbais e o tempo – junto com o amadurecimento, claro – me mostraram que paciência requer muita prática e tenho certeza de que quando eu tiver lá pelos meus trinta e poucos anos não vou me importar nem se resolverem me comparar com um dragão – exagerando muito.
Não que depois dos 15 eu tenha melhorado absurdamente em todos aqueles aspectos. Minhas notas continuaram bem baixas e isso trazia a minha auto-estima pro chão, mas pelomenos, com uns 16, fui ficando mais sociável, aceitando mais as brincadeiras e brincando também.
Meu corpo crescia numa velocidade tal, que nem eu acreditava. Tanto no sentido de engordar, quanto no que diz respeito a corpo, em si. Comecei a me achar mais bonita e valorizar as melhores partes do meu corpo.
Hoje em dia, aos 18, confesso que certas coisas – como havia dito- ainda me deixam magoada, mas tudo depende de como você reage às piadinhas.
A questão é que: Muitos dos meninos, que antes me criticavam e riam quando eu passava, hoje vem de conversinha, falando que aquilo foi passado e que o que importa é o presente. Ouço frases do tipo: " Que isso... como você mudou heim! " ou " Nossa, você tá muito gata ! " . Mas não é tão fácil assim esquecer das frustrações do passado. Ainda mais as que tivemos quando criança. É como dizia o Fabiano (ex professor particular): “Um gordinho nunca esquece dessas coisas”. Mas aprendi que nem sempre as coisas saem da maneira que queremos e as pessoas quase nunca são/reagem do jeito que gostaríamos. Aprendi a ouvir "NÃO", entendi que não é porque eu quero um menino e o acho bonito, que ele tem que sentir o mesmo. Não existe uma fôrma pronta para fazer todos os seres humanos iguaizinhos uns aos outros. As opiniões divergem e é normal que eu acabe passando por uma eventual negação. Assim como muitos meninos que eu não quis/quero/ irei querer ficar. 
Lido normal com as pessoas que me arrasaram no passado. Afinal, éramos crianças, imaturas e não sabíamos o que estávamos falando. Tudo bem, deixa pra lá, passou! Não vou ficar guardando mágoa de ninguém, até porque, isso seria muito pior pra mim do que pra eles.
Preciso ser forte e ter em mente que o que conta é o que a maioria acha e não a opinião de meia dúzia de “do contra”.
Estou me sentindo bem mais aliviada depois desse desabafo !  E que sejam eternos enquanto durem, elogios, queridos e amados elogios!