quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A segurança em pessoa.



De todas as pessoas que já conheci até hoje, a mais segura de si é a minha irmã. Não sei se ela realmente é ou se só aparenta ser.
Ela é tão confiante, mas tão confiante que parece que nunca tem duvidas de como agir e o que fazer. Fico me perguntando: será que os meus conselhos são bons ou ela realmente é tão segura assim? Às vezes ela vem até mim com algum questionamento, eu aconselho e em menos de um minuto ela se posiciona conta ou a favor à minha opinião.
Até mesmo quando ela estava desempregada, tendo que viver com uma miséria – não sei ao certo quanto -, com um namorado que mal aparecia e com o cachorro doente, ela nunca me pareceu insegura ou indecisa. Quando a gente ouve de alguém que o cachorro ta doente, nem damos muito ouvidos, mas nesse caso, a história é bem dramática.
Aos 13 anos de idade, ela comprou o Bingo, que hoje tem 14 anos e alguns meses, teve doença do carrapato e leucemia, fez quimioterapia, conseguiu controlar os leucócitos e agora está com a doença do carrapato de novo. Minha irmã passou simplesmente a vida inteira dela ao lado do cachorro. Ele sempre soube quando ela estava triste. Sempre que a percebia pra baixo, deitava bem colado na cama dela e ficava ali bem quietinho, como um amigo que não quer incomodar, mas que quer que você sinta que ele vai estar ali no momento em que você precisar dele. Talvez ele seja mais importante até do que eu, pra ela, só pra ter uma idéia do que esse bicho representa.
A questão é que agora ele está com a imunidade baixa, fica vegetando o dia inteiro, não se levanta nem para urinar e defecar. Não consegue erguer a cabeça nem para alcançar o pote de água pra se refrescar um pouco nesse calorão. Talvez seja para não sentir a dor, então prefere ficar bem paradinho no canto dele.
Hoje eu dei a idéia de sacrificarmos ele, alegando ser melhor pro animal. Ela parecia indecisa, mas depois de meia dúzia de palavras minhas, ela fez três telefonemas e já resolveu aonde, quando, o preço e todo o resto.
Minha irmã me passa uma imagem de confiança própria que eu nunca vi.
Ela vive acima do peso e fazendo dietas. Se ela come um doce ou uma besteira, saindo da dieta, ela o faz com a maior certeza de que aquilo não vai representar nada no peso dela. Parece que realmente não vai! A confiança é tanta que quem ta em volta chega a crer no que ela parece crer.
Se ela precisa estar no trabalho às 16, são 15h59min, ela ainda está em casa, sem banho e sem almoço, - coisa do tipo que qualquer um em volta fica desesperado por ela-, ela está segura de que em um minuto ela faz isso tudo e ainda chega à barra. Não é tranqüilidade demais e relaxamento da parte dela, é segurança, confiança. Além do mais, é uma menina tão responsável com seus compromissos que chega a me dar gosto de ver e dizer que ela é a minha irmã.
O que me incomoda nela, é que ela conta meus segredos pra minha mãe e isso me deixa triste por saber que não posso mais confiar nela, sendo que em se tratando da minha irmã mais velha, é a pessoa que pergunto tudo, peço conselhos e que me abro porque sei que ela já viveu o que eu estou vivendo e vai poder me dizer, melhor do que ninguém, o que fazer e como agir.
Mas fora essa parte, eu a admiro muito e tento ser como ela em muitos aspectos. Eu sei que pra ela não deve ser muito bom ter que parecer sempre certinha pra dar o exemplo, mas pra mim é ótimo que eu tenha um perfil/ um padrão a seguir.
O que mais quero ter – igual a ela- quando eu tiver 26 anos, é a confiança que ela tem em tudo que ela faz. Sabe sempre o que quer e nunca fica em duvida de como guiar uma situação. Diferente de mim, que estou sempre indecisa, dividida, etc.

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