No dia 31 de dezembro de 2010, no cas do clube de Sítio Bom,
os fogos estavam lindos, eu olhava e viajava nos meus devaneios, que estavam
tão presentes e tão ativos, que toda
aquela barulheira, chegava a ficar quase que silenciosa. Meus olhos brilhavam diante
de toda aquela maravilha. A festa foi boa, passei ao lado da parte da família
que eu realmente posso chamar de família, fiquei com o menino que eu tenho
vontade de beijar desde que o vi pela primeira vez – carnaval de 2008. Levados
pelo ritmo do hip hop, nos deixávamos embalar por uma dança sensual e a cada
minuto, ele me puxava delicadamente - como se não quisesse que eu percebesse as
suas reais intenções- pelas costas para que eu me aproximasse dele. Até que
nossos corpos ficaram quase que totalmente juntos. Ele tem uma maneira característica
de dançar: sempre fica com a mão na testa, olhando pra baixo e rebolando o
quadril – daí o apelido, obviamente criado por mim, Rebolation. Uma das mãos
ele já tinha tirado da testa e colocado nas minhas costas, até que finalmente
ele movimentou a outra mão até a minha nuca e aproximou seu rosto do meu.
Fechei meus olhos, esquivei um pouco mas logo pensei que seria uma tremenda
idiotice perder uma oportunidade dessas e nos beijamos. Até que ele beija
bem...
Estávamos suados, a sensação térmica, pelomenos pra mim, era
de 45 graus. Ele me olhou por alguns segundos, como se admirasse algo lindo,
sorriu, segurou meu rosto com as duas mãos, como se não acreditasse no que
estava vendo e me abraçou. Perguntei o porquê daquele olhar e ele me respondeu
que há muito tempo ele queria aquilo. Então porque não disse logo, né... Vai entender. Ele pegou a minha mão e colocou
no coração dele, que batia acelerado e eu perguntei novamente o porquê daquilo
e ele mais uma vez me respondeu que queria aquilo há tanto tempo que nem mesmo
seu coração estava acreditando. Que gay! Enfim...
Nos beijamos mais algumas vezes, ele me pegava pelas costas
e me colava nele, o que me fazia suar ainda mais. Eu só conseguia pensar que
aquilo só podia ser um sonho e me perguntava se a Fabiana estava vendo aquilo.
Ela sabia o quanto aquele momento tava sendo importante pra mim.
Depois a festa acabou, ele foi embora e eu continuei na rua,
quer dizer, na praia. Cheguei em casa com o sol raiando e pouco consegui
dormir. Meu sono anda meio agitado ultimamente.
No dia seguinte, ou seja, ontem, fui pra uma festa que
rendeu boas histórias. Quando cheguei em casa tudo a minha frente parecia girar
e eu não conseguia nem me equilibrar nem andar em linha reta. Como diria minha
abençoada mãe, eu cheguei trocando as pernas. Quando acordei, olhei pro meu
pulso e cadê meu amado relóginho? Pois
é, perdi. Ele é todo de encaixar, deve ter desencaixado e caído do meu braço em
algum momento que não faço idéia de qual tenha sido.
Agora, minha cabeça está pesada, sinto um enjôo
indescritível e to começando a sentir fome e vontade de comer. Detalhe que são
quase 20 h e eu acordei por volta das 13.
Ta decidido! Vou dar um tempo de bebida. Já esta na hora de
isso acontecer. Não digo que nunca mais irei beber (apesar de eu já ter
repetido isso umas 50 vezes hoje), mas que eu vou ficar um bom tempo sem sentir
nem o cheiro de álcool, ah isso eu vou.
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