quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Universo pela tela



A internet, entre outras tecnologias atuais ligadas a ela, trouxe e tem trazido muitos pontos positivos. Mas assim como a invenção do avião, há séculos atrás, que teve a intenção de trazer benefícios e acabou trazendo alguns malefícios, esses tais “recursos tecnológicos atuais” também tem trazido.
Não critico o fato de as pessoas quererem se manter 24 horas por dia online e muito menos de quererem estar antenadas, “por dentro” de tudo que acontece, recebendo as noticias sempre em primeira mão. Não condeno ninguém por querer saber 5 minutos antes o que vai acontecer na novela ou 1 minuto depois sobre um acidente em Tókio.
Mas convenhamos que muitos recursos considerados “antigos”, como papel e caneta, lápis e borracha, ou até mesmo um telefonema para perguntar se está tudo bem e convidar para o seu aniversário, acabaram sendo engolidos pelos torpedos via sms, recados no face, criação de eventos no mesmo, atualização de fotos, conversas via in Box ou BBM. Seus amigos, agora, um segundo depois que você faz alguma coisa, ficam sabendo. Seja porque você escreve no face ou porque posta uma foto no Tumblr.
A comunicação, ao mesmo tempo em que expandiu seus horizontes e se aprimorou, está ficando cada vez menor. As pessoas quase não se falam mais...
No meu aniversário, pude contar nos dedos o número de pessoas que me ligou para dar os parabéns. Não que isso seja ruim (apesar de ter sido via internet, de alguma maneira elas lembraram de mim – mesmo que quem tenha as lembrado seja o Orkut ou o Face).
Estou vivendo na chamada “era tecnológica”, em pleno século 21, num momento em que tudo tem se resumido à “ter, comprar, vender, se conectar, estar online”. Isso é ótimo! Sinal de que o ser humano, a cada dia que passa, evolui nas suas descobertas, mas isso não significa que não haja pontos negativos nessas evoluções.
Um diálogo, por exemplo, muitas vezes, acaba sendo prejudicado pelo vicio de ficar mexendo no celular para ver se alguém fez alguma atualização – digo por experiência própria.
Quisera eu, poder estar sempre por dentro de tudo, ter um Iped, um Iphone, um Black Bery, ou qualquer coisa do tipo. Infelizmente não tenho. Não só porque não posso, mas porque não faço questão de tamanha futilidade. Sei que quando chegar em casa, é só ligar o computador e ver tudo o que aconteceu durante o dia. Não vejo necessidade desse desespero por novidades. O ser humano almeja demais o novo, quer inovações, deseja mudanças e quando elas finalmente ocorrem, boa parte de quem queria isso, acaba não dando o devido valor.
Todo mundo sabe das qualidades que isso tudo traz consigo, tanto pelo que eu disse aqui, quanto pelo que não precisa ser dito, já que é visto...
No entanto, dentre essas qualidades, posso ter certeza que não se incluem algumas que estão sendo, inevitavelmente inclusas, como por exemplo: O Diálogo, o “cara a cara”, “frente a frente”, “olho no olho”. Isso quase não acontece mais.
A vida é muito mais que isso, vai muito além das redes sociais. As pessoas mais felizes não viveram a sua adolescência grudados num aparelho eletrônico, seja na escola, academia, na mesa de jantar ou até na frente da tv. Mas sim brincando na rua, se sujando, levando palmadas... Vivendo.
Sinceramente, eu sou super adepta à tudo que vêm acontecendo no meu século, mas digo, como alguém que não viveu nem um terço de sua vida (eu espero) que: As pessoas estão desperdiçando tempo demais das suas vidas com futilidades e recursos tecnológicos altamente avançados, ao invés de aproveitar o que há de mais simples e bonito. Tem gente que deixa até de namorar, de amar, de se olhar, se tocar, pra navegar. Trocam o toque da pele pelo touch no Ipod, o brilho do olhar pelo brilho do scream, querem trocar a vida por um universo visto por uma tela, através de um cristal liquido, ou seja lá o que for. Posso ser adepta à tecnologia, ter 19 anos e parecer careta, mas eu, por mais que goste, não troco, de jeito nenhum, a convivência pessoal pela virtual. 
E ponto final!

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