Desde o início eu já tinha dito que não queria ir. Mas ha uma grande diferença entre dizer que não quer ir e bater o pé, cruzar os braços e falar: "EU NÃO VOU, DESSA VEZ EU FICO".
Seis horas de casa, pra passar tres dias, longe de inumeras tecnologias das quais não estou acostumada a viver sem. Tudo bem... se era pra eu me sacrificar, fazendo algo que eu não queria, teria que ser do meu jeito, pra compensar. Resolvi acampar com a fabiana e meus outros primos. No inicio do dia, quando montamos as barracas eu até cheguei a suar de tanto calor que senti. Acontece que ao anoitecer a temperatura desceu até os 10 graus. Eu não me lembro de ter sentido tanto frio.
Mas foi legal... andei à cavalo (inclusive com os cavalos que meu pai levou na carreta, rebocando: O GRANDE MOTIVO DE EU ESTAR ESCREVENDO ESSE TEXO), fui nas cachoeiras mais lindas, como já é de costume sempre que vou lá, fiquei com a minha família, etc... bom, foi divertido só pelo fato de estar com eles. Era comemoração do aniversário da minha irmã, lá não pega celular e se eu ficasse aqui, minha mãe ficaria tensa sem saber de mim, estando tão longe... enfim, eu precisava ir. Bom, legal, nice, great, very good, eu fui ! Puta da vida, mas fui. Não demonstrei insatisfação, em nenhum momento. Nem adiantaria, não teria como voltar. Então... "relaxei e gozei" ;D
Enfim... hora de voltar pra casa!
Às 6:15 ouço baterem na minha barraca, era minha irmã... "Hora de irmos, acorda" - como se eu realmente estivesse dormindo, não consegui pregar o olho nenhum desses dias. Num pulo eu levantei, troquei de roupa lá mesmo, catei tudo que era meu, coloquei no carro e fui tomar café da manhã. Tudo estava bem até então. Arrumamos o carro enquanto meu pai colocava os cavalos na carreta, com ajuda do mineiro, dono da casa que meus pais estavam. Até que foi fácil, se comparado ao sufoco que foi pra eles entrarem na ida.
Minha irmã precisaria estar às 15hrs no trabalho, eram 8 da manhã, são 5 horas de viagem... daria numa boa. Se não fosse aquela serra toda cheia de lama.
Passei por um sufoco que jamais esquecerei na vida. Vinhamos numa boa mas antes de terminarmos o primeiro terço da serra de mauá, fizemos uma curva em que o carro girou por volta de 100 graus e assim foi descendo de lado por uns 5 metros, sem que meu pai conseguisse frear. O desespeiro aumentou quando vimos que se o carro fosse para tras mais dois ou tres palmos, caíamos ribanceira abaixo. A sorte é que não veio nenhum carro desembestado atrás, se não tinha batido na gente e teríamos caído.
A sorte ainda maior foi que o primeiro carro que veio - porque depois vieram muitos outros e fez engarrafamento- tinham dois homens: um era mecânico, motorista de taxi, caminhão, segundo o outro, ele faz de tudo! o outro é amigo dele, tava dirigindo e parou pra nos ajudar. O primeiro foi na carreta, freando ela pra não derrapar ainda mais e o segundo nos levou - eu, minha mãe e minha irmã- até o fim da serra.
Descemos a serra a cerca de 10 km/h, levamos 2hrs pra cruzar algo que normalmente demora 50 min. O pior nem foi esse... o pior foi o sufoco, a tensão, o estresse, o medo, a aflição. Aquela serra parecia que não ia acabar nunca e a impressão que dava era que a qualquer momento aquela carreta ia deslisar pro lado, ficar na ponta da ribanceira e o carro, que não aguentaria, seria puxado e meu pai iria embora...
Olha o prejuízo que daira: o carro, que não era nosso, dois cavalos de raça, caros, morreriamos todos e ainda destruiriamos a carreta que também não era nossa. Total falta de responsabilidade do meu pai.
Quando chegamos no fim da serra, estavamos com os pés cheios de lama, que sujamos na hora de passar de um carro para o outro (tinha mais ou menos três palmos de lama, uma camada bem grossa).
No fim da serra tinha uma bar, fomos no banheiro, nos lavamos, voltamos para o carro e quando todos se acomodaram... meu pai ouviu de lá até chegar em casa.
Que doença... poderia ficar tres dias sem essa droga de cavalo. Todo mundo avisou que seria um risco muito grande, que não valeria a pena, que a estrada estava horrível. Mas ele não ouviu ninguém. Depois fala de mim, que só aprendo quando dou de cara na parede. Tenho a quem sair, então.
Fala sério! nunca mais, nunca mais. Eu falei mil vezes pra ele : EU TÔ FORA !
Ele sempre repete um milhão e trezentas mil vezes a mesma coisa e diz que é pra eu não esquecer, pra ver se eu aprendo. Apliquei a prática pedagógica dele, nele mesmo. Falei tanto que acho que ele nunca mais vai me chamar pra nenhum tipo de P.I - programa de índo- desse nível. Nem se quer chamar, quem dirá insistir pra eu ir. CHEGA !
Aqui no rio teria sido muito melhor. Ou quem sabe em sitio bom... po, mil vezes lá do que mauá que não tem absolutamente nada pra se fazer.
Conclusão: não durmo a cerca de quatro noites, estou mais cansada do que quando fui, to estressada, não estudei nada pra prova de amanhã e ainda to puta com meu pai. Detalhe: minha irmã teve que se trocar no carro, ir direto pro trabalho e mesmo assim ainda chegou 40 minutos atrasada.
Que belo feriado... bom, eu espero que o próximo compense. Estamos pensando em ir pra argentina e finalmente realizar meu sonho de conhecer Buenos Aires.
Mas de cavalo, carreta, mauá e outros P.I's do tipo... EU TÔ FORA, mais uma vez, rs .
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